Entrevista: autora Paula Pimenta

Mais uma entrevista super legal que fiz pessoal \o/. Dessa vez a ‘vitima’ é a autora Paula Super Simpática Pimenta da série Fazendo Meu Filme! Quero agradecer a Paula por conceder a entrevista e a disposição para responder as perguntas que esse pobre blogueiro - que está se achando um jornalista só que será um administrador =X – fez. O primeiro livro da série já foi resenhado aqui no blog, vocês podem conferir aqui.

Também quero lembrar que com o novo layout, a área de postagem ficou mais estreita, e vai parecer que os posts ficaram maiores, porém continuo fazendo o possível pra não escrever muito, porque sei que tem muita gente que não tem paciência pra ler até o final! (oi?! eu?!)

Bora lá conferir a entevista?! =D

1) Como é o dia-a-dia da Paula Pimenta?

Eu ando com a vida bem corrida. Sou formada em publicidade, mas já há algum tempo larguei a profissão para me dedicar à música e à escrita. Dei aula de violão e canto por muitos anos, mas depois que “Fazendo meu filme” foi lançado, meu tempo diminuiu ainda mais, pois tenho que viajar bastante para divulgar os livros, passo muito tempo respondendo e-mails, scraps, tweets, entrevistas (pois gosto muito do contato com os leitores e faço questão de dar o máximo de atenção possível para eles), e também tem a época em que eu tenho que me dedicar à escrever os novos livros.. Eu costumo dizer que parece que eu convivo constantemente com a sensação de “ter dever de casa pra fazer”. Eu nunca fico completamente à toa. Mesmo quando viajo, minha mente não descansa, fico sempre vendo coisas e conhecendo lugares que possam me dar idéias para novos livros e personagens.

2) Como surgiu a ideia para a série Fazendo Meu Filme? Algum personagem foi inspirado em alguém?

Foi meio de repente. Em outubro de 2004, exatamente na noite do início de ‘horário de verão’, eu estava no computador e de repente tive a ideia de começar um livro falando exatamente sobre isso: Duas amigas que saíam, mas que tinham que voltar no horário imposto pelo pai de uma delas. Com o adiantar do relógio (devido o início do horário de verão), elas acabavam perdendo uma hora (mais tarde essa passagem acabou virando o segundo capítulo do livro). Quando comecei a escrever, eu não sabia o que viria, só mais tarde é que pensei no tema principal do livro, que é uma adolescente que vê sua vida mudar quando surge a oportunidade de fazer intercâmbio cultural. No processo de preparação para a viagem, ela se apaixona e fica indecisa entre ir para o outro país, ou ficar no Brasil com seu grande amor. Depois que vieram também as características de cada personagem. Nessa época eu também nem imaginava que viria a publicar. Só quando o livro ficou pronto é que eu tive vontade de mostrar para o mundo, e então fui em busca de editoras.

Nenhum dos personagens foi inspirado em alguém por completo, porém todos têm características de pessoas que eu conheço. Aos 16 anos eu tinha uma amiga, por exemplo, que era louca por um menino que não estava nem aí pra ela, mas mesmo assim ela não o esquecia, e daí eu tirei a inspiração para a Natália. Outra amiga sempre percebia o que estava acontecendo antes, vivia dizendo como todo mundo deveria agir, e a Gabi é um pouco inspirada nela. A mania do Leo de gravar músicas eu tirei do meu próprio melhor amigo de adolescência. A Fani se parece um pouquinho comigo, especialmente na timidez, no jeito sonhador, na introversão… E por aí vai. Nenhum deles é uma pessoa especifica, mas todos possuem fragmentos de alguém.

3) Como foi o processo de publicação dos livros. É difícil para um autor ter seus livros publicados no Brasil ?

Nas duas primeiras editoras que eu fui, nem quiseram ler o meu livro. O dono de uma delas chegou a me falar inclusive que “adolescentes não lêem livros grossos”! Na época não tinha Crepúsculo ainda, mas tive vontade de perguntar se ele nunca tinha ouvido falar de Harry Potter, pois o sexto volume da série tinha acabado de ser lançado e tinha o dobro do tamanho do meu livro! Na terceira, a dona de lá no começo também não ficou muito interessada, mas quando eu contei do que se tratava o livro (uma garota que resolve fazer intercâmbio, mas que se apaixona no meio do processo de ida), ela resolveu que iria ler. Leu, gostou e publicou (ainda que dois anos depois, pois havia um cronograma de publicações que precisava ser respeitado).

O começo para um autor iniciante é bem difícil, sim. Eu até entendo um pouco a parte das editoras, para elas é bem mais garantido simplesmente comprar os direitos de um livro que já tenha sido sucesso no exterior do que investir em um nacional que não seja garantia de boas vendas... E quando um escritor daqui consegue ter o livro publicado, vem o público, que não “veste a camisa” dos autores nacionais e prefere comprar livros de autores estrangeiros... Realmente é preciso ter força de vontade. Depois do primeiro livro, tudo fica mais fácil.

4) Fazendo meu Filme tem como plano de fundo um intercâmbio da protagonista para a Inglaterra. Por que você decidiu abordar essa trama? A Inglaterra foi escolhido por algum motivo em particular? Você já esteve lá? Como foi a parte de pesquisa para acrescentar essa nova trama?

Eu sempre acho que a gente deve escrever sobre o que conhece bem, para “convencer” o leitor. Morei na Inglaterra por um ano, então eu conheço muito bem cada um dos lugares que citei no livro. Morei em Londres, mas visitei Brighton com frequência, então foi fácil, eu tinha cada lugar guardadinho na memória. Além disso, fiz intercâmbio na adolescência (embora tenha sido nos Estados Unidos), então foi só mesclar a experiência ao lugar.

5) Você teria coragem de largar sua vida por aqui e viver por um ano em outro país? Por quê?

Sim, claro, inclusive já fiz isso. Eu já tinha feito intercâmbio na adolescência, mas em 2005, depois inclusive de formada na faculdade, eu “larguei” tudo no Brasil para morar em Londres. No período em que estive lá, tive a oportunidade de fazer um curso de Creative Writing (escrita criativa) e foi exatamente esse curso que me levou a pegar os poucos capítulos de “Fazendo meu filme” que eu tinha começado a escrever (ainda no Brasil) e seguir em frente com o livro. Escrevi a maior parte de Fazendo meu filme 1 nessa época. Outra coisa muito legal dessa viagem foi poder viajar pela Europa, pois lá tudo é mais perto e barato. Conheci nesse período (além da Inglaterra): França, Bélgica, Dinamarca e Suécia. Eu só tenho a recomendar essa experiência de morar um ano fora, a gente volta com outra visão de tudo.

6) Quais são seus livros preferidos ?

Adoro os livros da Meg Cabot e da Martha Mederios. Além dos livros delas, sou apaixonada por uma trilogia chamada “Griffin e Sabine”, de Nick Bantock.

7) A Fani tem uma lista imensa de filmes preferidos. Você já assistiu todos eles? Qual é o seu top 10 de filmes?

Sim, já assisti a todos os filmes da lista da Fani. Eu nunca deixaria a Fani recomendar um filme que eu não tivesse gostado, pois muita gente me diz que vai para a locadora com os meus livros na bolsa, para ter ideias! :)

Vale um top 15?

(Sem ordem de preferência)

1. 10 coisas que odeio em você

2. De repente 30

3. A noviça rebelde

4. O diário da princesa

5. Enquanto você dormia

6. Click

7. A Bela Adormecida

8. Cinderela

9. A dona da história

10. Dirty Dancing

11. Escrito nas estrelas

12. Footlose

13. Harry & Sally

14. Os jovens anos de uma rainha

15. O mágico de Oz

8) Os livros brasileiros estão ganhando bastante espaço entre os blogueiros atuais. Você acredita que a literatura brasileira pode se tornar tão influente para os jovens quanto a americana? Como?

Acredito que sim, basta que as editoras e os leitores passem a valorizar mais os autores brasileiros dando mais chances aos livros nacionais. Infelizmente, no Brasil, a gente tem uma mentalidade de que “o que é importado é melhor”. Está na hora da gente mudar isso.

9) Como é a relação entre os autores brasileiros? Existe algum tipo de concorrência?

De jeito nenhum, muito pelo contrário! Pelo menos com os que eu tenho mais contato (Enderson Rafael, Fernanda França, Babi Dewet, Drica Pinotti, Leila Rego e Tammy Luciano) só há coleguismo. Nós somos uma espécie de “time”. Adoramos nos encontrar nas bienais, sempre tentamos prestigiar os eventos de lançamento uns dos outros, indicamos os livros para outros leitores... Não tem motivo pra concorrência, ninguém deixa de ler um livro de um autor por causa de outro, acho que se um leitor gosta de um livro, vai inclusive querer buscar mais livros do mesmo gênero.

10) Esse é o seu espaço para dizer o que quiser =D

Quero aproveitar para convidá-los a acompanharem o blog do livro (http://blogfazendomeufilme.blogspot.com/) e o meu twitter (@paulapim), pois conto sempre as novidades nesses lugares! E gostaria especialmente de agradecer por todo carinho que tenho recebido dos leitores, por todos os e-mails, scraps no orkut, recados no twitter... esse retorno é tão importante que vocês nem imaginam! :)